segunda-feira, 15 de julho de 2013

Texto de 17/12/2012




Esses dias me peguei pensando nisso: sou uma super mulher?

Quer dizer, eu cresci com uma mulher extraordinária ao meu lado e como exemplo: minha vó. Maria Julia da Cunha Silva, teve 3 filhos, não trabalhava fora, mas fez milagres com o baixo orçamento familiar da época, como comprar uma casa nova, economizando o dinheiro do troco do supermercado, lavando roupa pra outras pessoas e até fazendo bolos pra pequenos eventos.

Ela cozinhava divinamente, o cheiro do feijão com carne seca invadia o bairro e deixava um ar de sítio, mesmo sendo próximo ao centro, e tinha também aos finais de ano um biscoito enfeitado colorido que invadia minha alma de doçura...e claro o bolo de amendoim, simplesmente: PERFEITO!

Bom, essa pequena senhorinha, de 1 metro e 45 centímetros, me ensinou a costurar, bordar, pintar porcelanas, fazer bolos, pratos salgados, passar roupa, acreditar em Deus e em mim mesma.

Sim, sei fazer tudo isso. Eu só posso ser uma super mulher!!

Mas então, como é que eu nunca consigo fazer/ agradar a todos de modo igualitário?

Ah, claro...é porque eu sou uma só!

Exato! Eu sou uma malabarista! 

Preciso dar conta da minha carreira, marido, minha fé, minha bêbe que está vindo e claro, a pessoa menos importante pra mim mesma, eu!

Meu chefe não quer saber se meu marido acordou super disposto com seu soldado pronto pra guerra bem na hora que estava pronta pra ir trabalhar, ou se eu esqueci até de pentear meus próprios cabelos ou se na minha cozinha há uma pilha de louça pra lavar há 3 dias!!

Eu preciso ser eficiente!

A mulher ganhou espaço no mercado profissional, sexual, intelectual... dominamos o mundo com nosso mar cor-de-rosa brilhante de feminilidade e auto-suficiencia, mas não somos perfeitas...

Muito menos super-poderosas...no mínimo, somos malabaristas...além de saber jogar tudo pro alto, sabemos aparar no momento certo para fazer movimentar o ciclo de atividades.

Ainda to aprendendo isso...e digo que, nem minha vózinha me ensinou isso...pq na época dela, não precisava provar tanta coisa pra tanta gente. Muito menos pra ela mesma!

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